O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse neste domingo que é preciso “consertar” o Brasil para que o país deixe de prejudicar os americanos. A declaração foi feita em entrevista de Lutnick à emissora NewsNation, no sábado. Alguns trechos foram postados nas redes sociais.
“Temos um punhado de países para consertar, entre eles, Suíça e Brasil. Eles têm um problema. Índia (também). Esses são países que precisam reagir corretamente aos Estados Unidos. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que nos prejudiquem, e é por isso que estamos em desvantagem com eles”, disse Lutnick. “Estes países precisam entender que, se eles querem vender para os consumidores americanos, é preciso ‘jogar bola’ com o presidente dos Estados Unidos”, complementou o secretário americano.
Ao defender as tarifas, Lutnick citou como exemplo os suíços. “Um país pequeno como a Suíça tem um superávit comercial de US$ 40 bilhões com os EUA”, disse. “Sabe por que eles são um pequeno país rico? Por que nos vendem US$ 40 bilhões a mais em produtos”. O Brasil, no entanto, registou no ano passado um déficit comercial na relação comercial com os Estados Unidos superior a US$ 28 bilhões. Ainda assim, em agosto entrou no alvo com o tarifaço de 50% aplicado pelo governo de Donald Trump.
A declaração de Lutnick ocorre pouco dias após o encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na ocasião, o presidente americano discursou logo após a fala do petista, e os dois tiveram um pequeno contato, no qual se cumprimentaram e concordaram em conversar. Trump ainda complementou que houve uma boa “química” entre Lula e ele. O gesto foi vista foi visto por diplomatas e o mercado como uma possibilidade de abertura para negociar as tarifas.
Trump argumenta que o aumento nas tarifas visa proteger a indústria americana e reduzir a entrada de produtos estrangeiros. Economistas e analistas, contudo, temem que o efeito na economia americana seja de aumento da inflação. Em outubro, penalizações que variam de 25% a 100% vão atingir setores como medicamentos, caminhões pesados, móveis e utensílios domésticos, e afetar países da Europa, Ásia e América Latina.
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