O Senado, liderado pelos republicanos, estava programado para votar novamente em medidas rivais para financiar as agências federais, incluindo um projeto temporário republicano aprovado pela Câmara que financiaria as operações até 21 de novembro, e uma alternativa democrata. Nenhum dos dois era esperado alcançar os 60 votos necessários para avançar.

Questionado no domingo obre quando o governo começaria a demitir funcionários federais, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse: “Está acontecendo agora”. Ele culpou os democratas pelo impasse, mas não detalhou os planos de demissão. A Casa Branca afirmou que milhares poderiam ser dispensados caso a paralisação continue.

O diretor do orçamento de Trump, Russell Vought, já congelou pelo menos US$ 28 bilhões em fundos para infraestrutura em Nova York, Califórnia e Illinois, todos estados com grandes populações democratas e críticos do presidente.

Trump e seus aliados republicanos também provocaram os democratas nas redes sociais com vídeos deepfake baseados em estereótipos mexicanos, com imagens que o vice-presidente J.D. Vance descreveu como uma piada.

Mas os líderes democratas não deram sinais de ceder às táticas duras da Casa Branca, que causaram desconforto entre alguns republicanos centristas que temem que essa abordagem torne o impasse ainda mais difícil de resolver.

“O que vimos foi negociação por meio de vídeos deepfake, a Câmara cancelando votações e, claro, o presidente Trump passando o dia de ontem no campo de golfe. Isso não é comportamento responsável”, disse o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, à emissora NBC.

Os democratas no Senado, que exigem a extensão permanente dos subsídios federais para ajudar as pessoas a pagarem pelo seguro de saúde sob a Lei de Cuidados Acessíveis (ACA, na sigla em inglês), rejeitaram quatro vezes o projeto de lei de financiamento aprovado pela Câmara, conhecido como resolução contínua (CR).

Alguns democratas querem um acordo sobre os subsídios do ACA antes que o período de inscrição para o próximo ano comece em 1º de novembro. Os democratas também querem proteção contra ações da Casa Branca de reter ou cancelar financiamentos aprovados pelo Congresso.

O impasse congelou cerca de US$ 1,7 trilhão em fundos para operações das agências, o que representa aproximadamente um quarto dos gastos federais anuais.

A paralisação, a 15ª desde 1981, se consolidou hoje como a quarta mais longa na história dos EUA, igualando a duração de seis dias da paralisação de 1995 que começou depois que o então presidente Bill Clinton vetou um projeto de lei de gastos republicano. A paralisação mais longa durou 35 dias, ocorrida no fim de 2018, ainda durante o primeiro mandato de Trump.