O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (17). O boletim médico assinado pelos profissionais que o acompanham informou que ele apresentou melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso.
O documento ainda apresentou os resultados do laudo das lesões na pele retiradas em procedimento no domingo. Segundo os médicos, duas das oito lesões retiradas apresenta “carcinoma em células escamosas”.
O ex-presidente foi internado na terça-feira (16) devido a quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. Ele deixou a prisão domiciliar em sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, e passou a noite no hospital DF Star.
Depois da entrada dele no hospital, os advogados informaram o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o atendimento, em cumprimento à decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou que, em caso de emergências médicas, o ex-presidente deveria enviar em até 24 horas um comprovante da sua condição médica.
Esta é a terceira vez que Bolsonaro deixa a prisão domiciliar para ir ao hospital. A primeira ocorreu em agosto para fazer exames de rotina. A segunda foi no último domingo (14), três dias depois que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão por uma tentativa de golpe de Estado. Todas as saídas foram previamente solicitadas pela defesa e autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
A ida ao hospital no domingo contou com a escolta policial dos agentes que estão vigiando o ex-presidente em prisão domiciliar. Bolsonaro passou por um procedimento cirúrgico para retirar lesões na pele, além de fazer exames complementares. Ele permaneceu no hospital DF Star por cerca de seis horas. Após a saída, o médico Cláudio Birolini falou com jornalistas sobre o quadro de saúde de seu paciente.
Mesmo proibido pela Justiça de dar declarações, Bolsonaro não foi direto para o carro deixar o hospital e fez questão de acompanhar Birolini enquanto ele dava entrevista. No local, apoiadores entoavam trechos do hino nacional, gritavam “mito” e pediam por “anistia”.
O ex-chefe do Executivo foi acompanhado dos filhos Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan (PL-SC). Após a internação de seu pai, Carlos criticou a escolta policial nas redes sociais. Para ele, a ação dos agentes teve como objetivo “humilhar” o pai, “como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela”.
Na segunda-feira (15), Moraes pediu que a Polícia Penal do DF enviasse um relatório sobre a escolta realizada para acompanhar o ex-presidente. O ministro determinou a entrega de informações sobre o carro que transportou o ex-presidente, os agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de o transporte não ter sido realizado imediatamente após a liberação médica em até 24 horas.
Depois do procedimento médico no domingo, Birolini afirmou que a saúde do ex-presidente é frágil e requer um acompanhamento próximo.
Após a condenação do ex-presidente na trama golpista, os advogados esperam o acórdão do julgamento ser publicado para recorrer. O cenário mais provável é que os advogados peçam para que Bolsonaro continue preso em casa, usando como argumento o quadro de saúde do ex-presidente.
Bolsonaro acumula um histórico de internações e cirurgias, muitas delas relacionadas às complicações desde o episódio da facada em Juiz de Fora (MG), em 2018, durante sua campanha eleitoral.
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