Após o salto observado durante o período da pandemia de covid-19, o nível da dívida global entrou em um período de estabilização e se manteve pouco acima de 235% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2024, de acordo com dados divulgados hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo a entidade multilateral, um recuo na dívida do setor privado para 143% do PIB global – o menor nível desde 2015 – compensou um ritmo ainda expansionista do passivo do setor público, que somou 93% do PIB em 2024. Apesar disso, a estabilização da dívida global ocorre em níveis historicamente elevados, conforme descrevem os economistas Vitor Gaspar, Carlos Eduardo Gonçalves e Marcos Poplawski-Ribeiro, responsáveis pelo estudo.
Em termos nominais, a dívida do setor público cresceu a US$ 99,2 trilhões e a do setor privado recuou para US$ 151,8 trilhões, de acordo com o FMI. No setor privado, houve uma queda na dívida das famílias, ao passo em que os passivos do setor privado não-financeiro pouco mudou.
Os economistas notam que o “persistente déficit fiscal elevado” é o que move o aumento da dívida pública nos últimos anos, mas há tendências divergentes entre os países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a dívida subiu de 119% para 121% do PIB em 2024, ao passo que nas outras economias desenvolvidas houve um recuo de cerca de 2,5% na comparação com 2023, a 110% do PIB.
Já em relação às nações emergentes e em desenvolvimento, o salto da dívida da China, de 82% a 86% do PIB, contrasta com uma queda geral no restante dos países desse grupo, a 56% do PIB.
Já em relação aos passivos do setor privado, o cenário é ainda mais complexo e varia de economia a economia, segundo o FMI. No caso do Brasil, o grau elevado da taxa Selic e o impacto de empréstimos inadimplentes provocaram um aumento da dívida corporativa.
Na China, apesar da fraqueza do setor imobiliário e de construção, houve uma recuperação da concessão de crédito para dar suporte a setores tidos como estratégicos. Já na Índia, o ritmo mais acentuado de crescimento econômico, fusões e aquisições aumentou a dívida emitida pelas empresas, enquanto economias que cresceram menos, como Tailândia e Colômbia, registraram um recuo nos passivos corporativos.
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