O Produto Interno Bruto (PIB) real do Canadá cresceu 0,6% no terceiro trimestre de 2025, após a retração de 0,5% registrada entre abril e junho, evitando uma recessão técnica, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Statistics Canada, agência de estatísticas do país. O avanço foi impulsionado sobretudo pelo desempenho da balança comercial, com forte queda das importações e um leve aumento das exportações.
Em termos anualizados, a economia canadense cresceu 2,6% no terceiro trimestre, após uma queda de 1,8% no período entre abril e junho, de acordo com a Statcan. O resultado foi muito superior ao previsto por economistas ouvidos pela Reuters, que estimavam um avanço anualizado de 0,5% no período.
As importações de bens e serviços recuaram 2,2% no trimestre, a maior queda desde o fim de 2022. Após um salto no segundo trimestre, diminuíram as compras externas de ouro, prata e metais do grupo da platina. Também houve redução nas importações de máquinas, equipamentos e peças industriais, em parte devido ao pico observado no trimestre anterior, quando o país adquiriu um grande módulo para uma plataforma de petróleo e gás.
Já exportações de bens e serviços tiveram alta de 0,2% no terceiro trimestre, após o tombo de 7% entre abril e junho devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos. O avanço foi puxado pelas vendas de petróleo bruto e betume cru (+6,7%), seguidas pelos serviços comerciais (+1,7%). A queda nas exportações de ouro, prata e outros metais não manufaturados limitou o crescimento no período.
A agência informou que os dados relativos ao terceiro trimestre devem sofrer uma revisão maior do que o normal em fevereiro porque os dados de comércio exterior não estavam totalmente disponíveis devido à recente paralisação das atividades do governo federal dos EUA, o maior parceiro comercial do Canadá.
O investimento em capital também aumentou, impulsionado pelos gastos do governo, que avançaram 2,9% no trimestre. O destaque foi a alta expressiva de 82% nos investimentos em sistemas de armamento. Também houve crescimento nos aportes em estruturas não residenciais, especialmente prédios institucionais, como hospitais. Já o investimento de capital das empresas ficou estável.
Segundo a agência, o crescimento geral foi parcialmente prejudicado pela queda no consumo das famílias e do governo, além da desaceleração na recomposição de estoques pelas empresas.
Em termos per capita, o PIB subiu 0,5% no terceiro trimestre, após recuar 0,5% no período anterior.
*Participante do Curso Valor de Jornalismo Econômico sob supervisão de Roberto Lameirinhas
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