O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que avalia buscar um passaporte de apátrida para continuar vivendo nos Estados Unidos após perder o mandato na Câmara. Ele vive no Texas desde fevereiro e falou ao Jornal do SBT News no sábado (20).
“Em princípio, estou sob risco de perder a possibilidade de passaporte brasileiro. Isso não me impediria de fazer outras saídas internacionais porque tenho outros meios para fazê-lo”, disse Eduardo Bolsonaro.
O ex-parlamentar afirmou que existe uma ordem para impedir a emissão de passaporte comum. “Há uma ordem a todas as embaixadas e consulados brasileiros para que eu não possa ter o passaporte comum. Assim sendo, dentro de 30 ou 60 dias, assim que eu perder meu mandato e for notificado disso, eu tenho que devolver o meu passaporte diplomático”, declarou.
Eduardo disse que avalia alternativas caso a restrição se confirme. “Ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida. Vamos ver como é que isso acontece”, afirmou.
Na entrevista, ele atribuiu a possível perda do documento a uma ofensiva do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Se confirmada essa notícia, eu vou ficar sem passaporte brasileiro, em mais uma tentativa de Alexandre de Moraes de minar o meu trabalho. Mas eu já adianto que eu estou vacinado, conheço as estratégias dele”, disse.
Eduardo Bolsonaro afirma que seguirá atuando como articulador político
Mesmo fora do mandato, Eduardo afirmou que continuará atuando politicamente no exterior. Ele disse que seguirá colaborando na articulação internacional da pré-campanha do irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “Da minha parte, o que eu posso contribuir é a parte internacional: contatos com o mundo árabe, Israel, os Estados Unidos, El Salvador”, declarou.
O ex-deputado também afirmou que a cassação não afetará sua atuação fora do país. “As pessoas não me recebem porque tenho diploma de deputado federal na parede. Me recebem porque há muitos anos já eu gasto dinheiro do meu próprio bolso rodando o mundo e, por isso, as portas se abrem para mim, principalmente no cenário conservador. Entrevistas em canais internacionais, em inglês ou espanhol. Isso continuará ocorrendo”, afirmou.
De acordo com informações da Câmara dos Deputados, o passaporte diplomático de Eduardo Bolsonaro e de sua família, emitido em fevereiro de 2023 e com validade até julho de 2027, deixou de ser válido após a cassação do mandato.
A Mesa Diretora da Câmara decidiu na quinta-feira (18) cassar os mandatos de Eduardo Bolsonaro e do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). No caso de Eduardo, a perda do cargo ocorreu por excesso de faltas. No de Ramagem, a decisão cumpriu determinação do STF, que o condenou por tentativa de golpe de Estado.
As cassações foram publicadas no Diário da Câmara dos Deputados e assinadas pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros quatro integrantes da Mesa Diretora.
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