Setor energético sofre intervenção e empresas do agronegócio e renováveis enfrentam barreiras enquanto termelétricas ganham força
A recente decisão do Governo Lula de desativar usinas eólicas e solares no Nordeste levantou um alerta entre especialistas do setor energético e investidores. Enquanto o país enfrenta cortes na geração de energia limpa, termelétricas – um setor amplamente dominado por empresas ligadas aos Irmãos Batista, donos da JBS – se fortalecem e se tornam a principal alternativa para suprir a demanda energética.
A decisão que favorece as termelétricas
No último ano, diversas usinas de energia renovável, especialmente no Nordeste, sofreram restrições na produção, justificadas pelo excesso de oferta e pelo risco de instabilidade no sistema elétrico. O impacto econômico foi severo:
- O setor eólico teve um prejuízo estimado em R$ 1,7 bilhão,
- O setor solar perdeu cerca de R$ 673,5 milhões,
- Algumas usinas eólicas no Rio Grande do Norte tiveram redução de até 60% na geração de energia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) impuseram cortes na produção, prejudicando a competitividade das fontes renováveis e criando um ambiente favorável para as termelétricas, que dependem de combustíveis fósseis e têm custos operacionais mais altos.
Os Irmãos Batista e a expansão no setor de energia
A J&F Investimentos, controladora da JBS, possui um império bilionário no setor de energia, sendo proprietária da Ambar Energia, uma das principais empresas de geração de energia termelétrica do país. Em 2022, a Ambar adquiriu usinas em diversos estados, incluindo contratos de fornecimento de energia para o setor público.
Agora, com a redução da geração eólica e solar, a demanda por energia térmica disparou, favorecendo diretamente os negócios da família Batista. Especialistas apontam que o governo poderia estar intencionalmente criando barreiras para o setor renovável, a fim de favorecer os grandes players do mercado de energia fóssil, como a J&F.
O impacto no consumidor
O corte na produção de energia renovável pode afetar diretamente o bolso do consumidor, pois a dependência de termelétricas tende a aumentar os custos da conta de luz. Além disso, especialistas alertam para o impacto ambiental, já que o uso de termelétricas aumenta a emissão de gases poluentes e vai na contramão da transição energética defendida pelo próprio governo.
Governadores do Nordeste já protestaram contra a decisão e solicitaram intervenção direta do presidente Lula, que determinou que a Casa Civil e o Ministério de Minas e Energia avaliem uma solução. Porém, até o momento, não há sinais de que os cortes na geração renovável serão revertidos.
Conclusão
A interferência no setor energético gera prejuízo para o Brasil, elevando os custos para consumidores e empresas, enquanto favorece um seleto grupo de empresários com influência no governo. Os Irmãos Batista, que já dominaram o setor de alimentos, agora expandem sua influência sobre a energia no país. A pergunta que fica é: serão eles os novos donos do Brasil?