Início Economia Indústria siderúrgica reduziu investimentos em R$ 2,5 bi e cortou mais de...

Indústria siderúrgica reduziu investimentos em R$ 2,5 bi e cortou mais de 5 mil empregos em 2025 | Empresas

A indústria siderúrgica brasileira fechou unidades, cortou investimentos e perdeu empregos em 2025, pressionada pelo avanço das importações e pela perda de competitividade da produção nacional. Segundo dados divulgados, nesta terça-feira (16), pelo Instituto Aço Brasil, o setor reduziu em R$ 2,5 bilhões os investimentos no ano, eliminou 5.100 postos de trabalho e paralisou dez unidades industriais, enquanto projeta novo crescimento das compras externas em 2026.

De acordo com os dados apresentados em coletiva de imprensa, houve a paralisação de quatro altos-fornos, cinco “mini mills” (pequenas usinas) e uma aciaria, indicando um recuo da capacidade operacional do setor. Como consequência, o instituto estima uma queda de 2,2% na produção de aço bruto em 2025.

O cenário tende a se manter desafiador no próximo ano. A projeção do Instituto Aço Brasil é que as importações de aço cresçam cerca de 10% em 2026, mantendo a pressão sobre a indústria doméstica, mesmo com os instrumentos de defesa comercial já adotados pelo governo.

Pressão por ações de antidumping

Essa projeção não considera eventuais ações de antidumping que possam ser aplicadas pelo governo brasileiro, caso identifique práticas desleais de mercado. Diante desse contexto, o setor diz que intensificou o diálogo com o governo federal. As tratativas ocorrem no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Segundo o instituto, a agenda prioritária envolve uma combinação de medidas, como o sistema de cota-tarifa, a adoção de hard quota (que impede a entrada de volumes excedentes de aço importado), elevação tarifária, além de instrumentos clássicos de defesa comercial, como salvaguardas e processos antidumping.

Presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes afirma que há um ambiente de diálogo aberto com o governo. “Tudo isso nós já pleiteamos e estamos em conversa. Temos encontrado sinalização e sensibilidade dos ministros Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Alexandre Silveira”, afirmou. “É fundamental que a gente aposte nas ações do governo nos direitos antidumping”, acrescentou.

No cenário internacional, o presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, André B. Gerdau Johannpeter, chamou a atenção para uma nova variável: a decisão do governo chinês de passar a emitir licenças para exportação, mecanismo que pode ampliar o controle sobre os volumes enviados ao exterior. Segundo ele, porém, ainda é cedo para avaliar os efeitos práticos da medida.

Sobre os processos antidumping em andamento no Brasil, o presidente do conselho do instituto avalia que algum desfecho deve ocorrer ainda no primeiro trimestre de 2026, com a efetiva aplicação das medidas pelo governo. Marco Polo reforçou essa expectativa e afirmou que não há sinais de postergação.

@mesquitaalerta – Aqui, a informação nunca para.

Sair da versão mobile