O regime do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, confiscou propriedades da Igreja Católica no país que somam mais de US$ 9 milhões, apontou uma investigação divulgada nesta segunda-feira (1º) pelo jornal Confidencial.

De acordo com o periódico, entre fevereiro de 2022 e o mês passado, o regime sandinista confiscou pelo menos 39 propriedades da Igreja, entre as quais oito escolas, seis campi universitários, oito residências religiosas, oito terrenos, fazendas ou propriedades rurais, três centros pastorais e quatro projetos sociais que atendiam populações vulneráveis.

Segundo o Confidencial, o valor total é bem maior, porque a cifra de US$ 9 milhões diz respeito apenas a cinco propriedades principais confiscadas na capital da Nicarágua, Matagalpa, e no município de Jinotega.

“Esse valor aumenta quando se incluem reformas, jardins, cafezais, arquivos, bibliotecas, mobiliário histórico, relíquias e imagens religiosas, todos também apreendidos”, afirmou o jornal.

Um dos imóveis destacados pelo Confidencial foi o Seminário de São Luís Gonzaga, em Matagalpa, cujo valor é de mais US$ 3 milhões – o jornal chegou ao valor com base no preço médio por metro quadrado na região, informado por um corretor de imóveis que pediu anonimato.

Nesses locais, a ditadura de Ortega vem implementando projetos estatais: por exemplo, o Centro Pastoral Diocesano La Cartuja, na comunidade de Molino Norte, em Matagalpa, após ser confiscado em janeiro, foi transformado em uma extensão da Universidade Nacional Agrária (UNA).

Ortega intensificou a perseguição à Igreja Católica nos últimos anos devido ao apoio de religiosos aos manifestantes dos protestos por democracia de 2018. A opressão inclui fechamento de instituições cristãs, confisco de bens, prisões e expulsões de religiosos e cerceamento a atividades religiosas.