O ano de 2025 foi marcado por mudanças em diferentes países, tentativas de negociação para encerrar conflitos internacionais – ao mesmo tempo em que novas guerras tiveram início e fim – e guinadas relevantes no cenário político da América do Sul. A seguir, veja dez principais acontecimentos deste ano.
1. Trump volta à presidência dos EUA e balança o mundo
Após sua grande vitória nas eleições de 2024, onde derrotou a democrata Kamala Harris, Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos em janeiro deste ano, quatro anos após deixar o poder em 2021. Logo no começo de seu mandato, o republicano sacudiu os EUA e o mundo com a divulgação de diversos decretos contra políticas woke e de reajuste da economia americana. Posteriormente, Trump anunciou as chamadas “tarifas recíprocas globais” sobre uma ampla gama de produtos importados pelos americanos em diversos países, incluindo aço, carne, café e componentes industriais. As medidas, segundo a Casa Branca, serviam para fortalecer o mercado americano e a indústria do país. Trump também endureceu o tom contra a China, iniciando uma guerra tarifária que seria parcialmente resolvida em outubro, após seu encontro pessoal com o ditador Xi Jinping.
2. Morte do Papa Francisco
O papa Francisco morreu em abril deste ano aos 88 anos de idade, após complicações de saúde. Francisco foi o primeiro papa latino-americano e liderou a Igreja Católica por doze anos. O funeral do pontífice argentino reuniu milhares de fiéis e dezenas de chefes de Estado no Vaticano.
3. O Conclave e a escolha do primeiro papa norte-americano
Após a morte do papa Francisco, o Vaticano convocou o Conclave, que reuniu mais de 100 cardeais de diversos continentes na Capela Sistina para a escolha do novo pontífice. No quarto escrutínio, o cardeal Robert Francis Prevost, nascido em Chicago, nos EUA, foi escolhido como novo papa, adotando o nome de Leão XIV. Prevost se tornou o primeiro papa originário dos Estados Unidos, do continente norte-americano, e também o primeiro membro da ordem agostiniana a liderar a Igreja Católica.
4. Escalada militar entre Índia e Paquistão: risco nuclear
Após um ataque terrorista em Jammu e na Caxemira, que deixou dezenas de mortos, a Índia realizou bombardeios contra alvos de milícias paquistanesas em território do Paquistão. Em resposta, o Paquistão lançou ataques contra bases militares indianas e anunciou a derrubada de dois caças do país vizinho. O confronto durou três dias e elevou a tensão na região. Após a aparente escalada, um cessar-fogo foi anunciado com mediação dos Estados Unidos. A ação evitou uma guerra que poderia ser catastrófica, já que ambos os países possuem armas nucleares.
5. Guerra relâmpago de Israel contra o Irã, com participação dos EUA
Israel intensificou neste ano suas operações militares contra alvos ligados ao Irã, ao Hezbollah, aos Houthis, Hamas e a outras milícias em diferentes países do Oriente Médio. As ações atingiram bases, depósitos de armas e instalações de comunicação utilizadas por esses grupos – inclusive uma base do Hamas no Catar. Em junho, Israel lançou uma ofensiva aérea contra o Irã, realizando ataques a instalações nucleares, bases militares e centros de comando iranianos. A ofensiva contou com a participação dos Estados Unidos, que utilizou os famosos bombardeiros B-2 e mísseis de cruzeiro contra alvos nucleares iranianos. O Irã respondeu com lançamentos de mísseis e drones contra o território de Israel, mas grande parte do ataque foi interceptado pelas defesas israelenses e americanas. O confronto entre Irã e Israel terminou após um cessar-fogo mediado pelos EUA e o Catar. O Irã, bem como os grupos terroristas Hamas e Hezbollah, saíram fragilizados do confronto.
6. Acordo de cessar-fogo em Gaza
Após meses de conflitos intensos, Israel e o grupo terrorista Hamas aceitaram um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, Qatar, Egito e Turquia. O acordo viabilizou a libertação de todos os reféns que ainda estavam em poder dos terroristas em Gaza, troca de prisioneiros palestinos e a retirada parcial das forças israelenses do enclave palestino. O acordo abriu ainda novos e possíveis caminhos para negociações de paz definitiva na região e a reconstrução de Gaza.
7. Tarifas americanas e sanções contra autoridades brasileiras
O governo Trump impôs tarifas de 40% sobre exportações brasileiras — que já estavam sob as tarifas globais de 10% — como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados e apoiadores. No momento do anúncio das tarifas, Bolsonaro e outros aliados ainda estavam sendo julgados por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. As tarifas americanas afetaram principalmente carnes, café, cacau e frutas do Brasil. No mesmo período, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, – bem como outras autoridades do governo Lula e sete ministros do STF – tiveram vistos revogados pelos EUA sob acusação de abusos de direitos humanos. Moraes, sua esposa, Viviane Barci, e seu instituto, o Lex, chegaram a ser incluídos nas sanções da Lei Magnitsky. Contudo, as sanções sob a Lei Magnitsky contra Moraes, o Lex e Viviane foram retiradas neste final de ano, alguns dias depois de conversas entre Trump e o presidente Lula. Ao que tudo indica, a suspensão de vistos segue ativa.
Em novembro, Trump também anunciou ajustes em sua política tarifária global, passando a isentar mais de 200 produtos agrícolas – como café, chá, bananas, frutas tropicais e sucos – da tarifa mínima de 10% sobre importações de vários países, incluindo o Brasil, que havia sido imposta em abril. Ele também retirou a tarifa adicional de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros, que havia sido imposta devido aos abusos do Judiciário. A medida foi vista como um movimento do governo americano para diminuir preços no mercado interno.
8. Vitórias de candidatos conservadores e de direita em eleições
Candidatos e partidos conservadores registraram grandes vitórias em diferentes eleições nacionais ao longo deste ano. Na Argentina, o presidente Javier Milei consolidou sua liderança ao conquistar maioria legislativa – com amplo apoio da população, o que ajuda a fortalecer sua agenda econômica liberal. No Japão, Sanae Takaichi, uma conservadora, se tornou a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra, endurecendo o tom contra a imigração ilegal e avanços da China comunista na região. No Chile, José Antonio Kast, de direita, venceu a disputa presidencial. Além da vitória no executivo, parlamentares de direita também conquistaram mais cadeiras no parlamento chileno. Na Bolívia, Rodrigo Paz, de centro-direita, foi eleito presidente, encerrando o ciclo do Movimento ao Socialismo. Paz já está promovendo diversas reformas políticas no país e reaproximando a Bolívia do Ocidente democrático.
9. Protestos estudantis derrubam governo no Nepal
Milhares de jovens protestaram contra o bloqueio de redes sociais no Nepal – que havia sido promovido como uma forma de conter a “desinformação”. Cenas de caos tomaram as principais cidades do país, com manifestações em universidades, confrontos entre estudantes e forças de segurança e invasão de prédios públicos – como o da Suprema Corte e do Parlamento. Diversos políticos foram duramente agredidos durante os protestos, o que resultou na queda do governo e na ascensão de uma nova administração.
10. Operações militares americanas contra barcos de narcotráfico na Venezuela
Os Estados Unidos ampliaram o cerco contra o regime do ditador Nicolás Maduro na Venezuela, intensificando operações militares no Caribe e no Pacífico. A Casa Branca, sob ordens do presidente Donald Trump, autorizou diversos ataques contra embarcações do narcotráfico que atuam em águas internacionais próximas ao litoral venezuelano. Segundo o Comando Sul dos EUA, mais de 30 embarcações já foram neutralizadas desde o início da ofensiva. Trump também ordenou um bloqueio total contra petroleiros que transportam petróleo venezuelano, iniciando operações para interceptar os navios e confiscar o material
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