Em viagem ao Oriente Médio, o papa Leão XIV desembarcou neste domingo (30) no Líbano e afirmou, a bordo do avião papal, que vê no presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, uma figura capaz de mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia. A fala marca a segunda etapa de sua primeira viagem internacional, na qual faz forte apelo por paz na região.
Durante o voo entre Turquia e Líbano, o pontífice respondeu a perguntas de jornalistas e comentou a conversa que teve com o presidente da Turquia na últia quinta-feira (27) sobre conflitos geopolíticos.
Leão XIV afirmou que “infelizmente” não foi possível encontrar uma solução para a guerra da Ucrânia, mas disse esperar que Erdogan, “com a relação que tem com os presidentes dos países — Ucrânia, Rússia e Estados Unidos —, possa promover o diálogo e que haja um cessar-fogo e o conflito possa ser resolvido”.
O papa Leão XIV afirmou ainda que, na reunião, tratou da crise entre Israel e Palestina e reforçou que a Santa Sé continua apoiando a solução de dois Estados para a convivência entre israelenses e palestinos, outro tema fundamental da viagem ao Oriente Médio.
“Embora Israel não apoie, vemos isso como a única solução que pode ser oferecida para o conflito que eles vivem continuamente”, disse. Ele acrescentou que o Vaticano “é amigo de Israel” e “está tentando, com as duas partes, ser uma voz mediadora que possa ajudar a encontrar uma solução justa para todos”, destacando que a Turquia também pode ter um papel relevante nesse processo.
O papa chegou a Beirute por volta das 15h40, horário local, e foi recebido com honras militares por autoridades civis e religiosas. Esta é a primeira visita de um pontífice ao Líbano em 13 anos e ocorre em meio a uma das piores crises econômicas da história moderna do país. Com uma inflação galopante, colapso dos serviços públicos e a presença de milhões de refugiados sírios e palestinos, o país vive um momento de tensão social e instabilidade política.
O lema da visita apostólica é “Bem-aventurados os pacificadores”. Ainda no domingo, o papa se reuniu com os três principais líderes do sistema confessional libanês: o presidente da República, Joseph Aoun (maronita), o presidente da Assembleia Nacional, Nabih Berri (xiita), e o primeiro-ministro, Nawaf Salam (sunita).
O anfitrião da visita, o patriarca maronita Béchara Boutros Raï, afirmou que a presença do papa Leão XIV no país é um apelo moral aos libaneses. “Não podemos viver como se nada tivesse acontecido. O papa vem, as cerimônias são realizadas, a recepção é feita, ele vai embora, tudo volta ao ponto anterior. Esperemos que os libaneses reflitam e apreciem o valor desta visita, porque o Santo Padre sabe que o Líbano está passando por um momento muito, muito crítico.
Ao final da agenda do dia, o pontífice participou de um encontro com autoridades locais, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático, ocasião em que fez seu primeiro discurso em solo libanês.
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