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PT lança nova propaganda partidária a um ano das eleições

O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou neste sábado (11) uma nova campanha partidária. A campanha já está sendo exibida em TV aberta. O foco da abordagem é questionar o público sobre “que país você quer?”, contrapondo posicionamentos do partido aos da oposição, e fecha com slogan afirmando que o país está “em defesa do povo brasileiro”:

“Vem cá, que país você quer? O que retornou ao mapa da fome ou o que saiu enfrentando a desigualdade com mais comida na mesa? O país que quer blindar políticos corruptos e que cometem crimes contra a democracia ou que quer reduzir a escala de trabalho sem cortar salário? O país que mantém privilégios para os super ricos ou que taxa quem é bilionário para zerar o imposto de quem ganha menos? PT em defesa do Brasil e do povo brasileiro.”

A nova propaganda aparece a um ano das eleições presidenciais. O governo tem aprovado uma série de benefícios sociais, enquanto a equipe econômica busca alternativas para compensar o impacto no orçamento.

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Entenda os pontos abordados na nova propaganda

Pauta econômica

A propaganda tenta resgatar a aprovação da opinião pública diante da pauta econômica, diante de recente derrota no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contava com uma medida provisória que criava uma série de impostos para arrecadar mais R$ 17 bilhões aos cofres públicos. A MP, no entanto, caducou, após sessão em que União Brasil e Progressistas, recém-chegados na oposição, apresentaram diversos requerimentos de adiamento de votação. A fim de responder à derrota, Fernando Haddad anunciou que poderia cortar R$ 10 bilhões em emendas parlamentares. Logo após a ameaça, o presidente da Câmara, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), reagiu. Em entrevista concedida à CNN Brasil, ele disse que voltar-se contra emendas parlamentares é “ir contra a população.”

PEC da imunidade vs redução da jornada de trabalho

Além disso, o PT contrapõe duas pautas que estão em áreas diferentes: a proposta de emenda à Constituição que obrigaria o aval da Câmara antes de investigações contra parlamentares, chamada de PEC da imunidade, e a pauta que pretende reduzir a jornada de trabalho, das atuais 44 horas semanais para 36 horas semanais.

As duas pautas dividem opiniões mesmo em posições semelhantes do espectro político. Parlamentares que alegam perseguição do STF, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saíram em defesa da proposta, argumentando que já há blindagem no Brasil atual, isso para os políticos de esquerda. A proposta, no entanto, terminou rejeitada no Senado Federal.

Já a redução da jornada de trabalho agrada trabalhadores, mas é vista com reservas por especialistas. De acordo com eles, o efeito poderia ser o oposto ao esperado: intensificação do trabalho na jornada reduzida, aumentando danos psicológicos e mesmo físicos aos trabalhadores. Além disso, argumentam que a redução da jornada de trabalho, em países desenvolvidos, foi consequência, e não causa da melhora nos indicadores econômicos. Em outras palavras, foi o desenvolvimento que possibilitou a redução da jornada, e não a redução da jornada que levou ao desenvolvimento.

Mapa da fome

Bandeira antiga de Lula, a saída do mapa da fome aparece frequentemente em discursos, sobretudo em órgãos internacionais. Na prática, isso significa que o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) retirou o Brasil da lista de países com risco de insegurança alimentar severa. Isso ocorre porque menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subnutrição.

Ainda assim, especialistas apontam incoerências. Em entrevista à BBC Brasil, cofundadora e diretora de políticas públicas no movimento Pacto Contra a Fome, Maria Siqueira, aponta para o problema do desperdício de alimentos. Para ela, o problema não é enfrentado como conexo ao problema da fome, o que pode gerar as constantes idas e vindas no mapa.

Mas ainda sob a ótica restrita da fome, o Brasil tem oscilado na lista da ONU ao longo do século, o que indica índices precários nesse sentido.

@mesquitaalerta – Aqui, a informação nunca para.

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