O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse nesta sexta-feira (19), durante coletiva com jornalistas, que o presidente Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram uma “boa sintonia” em conversas e afirmou que a relação entre Estados Unidos e Brasil segue uma trajetória “positiva”, com avanços em temas como comércio bilateral.

Rubio lembrou que Trump manteve duas conversas telefônicas com Lula e um encontro diplomático, nas quais houve progresso em alguns “pontos da agenda comum”, especialmente na área comercial.

“Fizemos avanços em algumas questões, incluindo comércio. Ainda há trabalho a ser feito”, afirmou o secretário.

Rubio disse que o bom relacionamento pessoal entre Trump e Lula foi considerado “relevante” para o avanço das conversas.

“Os dois presidentes se deram bem. Achamos isso importante no contexto dessas conversas”, declarou.

Rubio disse que manteve conversas nesta semana com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Na ocasião, ele disse que falou com o chanceler brasileiro sobre a “boa sintonia” entre Trump e Lula.

“Temos muitas questões em comum com o Brasil nas quais gostaríamos de trabalhar juntos, além de laços fortes. Sendo da Flórida, por exemplo, sei o quão importante o Brasil tem sido para nós como parceiro”, disse Rubio.

As declarações ocorrem após decisões recentes do governo Trump que impactaram diretamente a relação bilateral. Na semana passada, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos retirou os nomes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, do Instituto Lex de Estudos Jurídicos e de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, da lista de sancionados com base na Lei Magnitsky. Segundo informações oficiais, os nomes deixaram de constar no site do Ofac após pedidos feitos pelo presidente Lula em conversas com Trump.

Antes disso, Trump havia revogado a tarifa adicional de 40% sobre carnes, café e outros produtos agrícolas brasileiros. A medida se somou à retirada anterior das tarifas comerciais recíprocas de 10% aplicadas a parceiros dos EUA.

Apesar do tom positivo sobre as relações, Rubio afirmou que não há, por ora, informações específicas sobre o papel do Brasil em relação à Venezuela.

“Quanto ao papel do Brasil na Venezuela, não tenho nada específico a oferecer hoje”, disse o secretário, indicando que o tema não foi tratado de forma detalhada nas conversas recentes.