O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (17) que a Venezuela roubou os direitos de exploração de petróleo de empresas americanas no país e disse que quer recuperá-los.
“Lembrem-se, eles tiraram todos os nossos direitos energéticos. Eles tomaram todo o nosso petróleo não faz muito tempo. Nós o queremos de volta. Eles o tomaram ilegalmente”, disse o presidente a repórteres na Base Aérea de Andrews, nos arredores de Washington.
“Nós o queremos de volta. Eles tomaram nossos direitos de exploração de petróleo, mesmo havendo muito petróleo lá, como vocês sabem, expulsaram nossas empresas, e nós o queremos de volta”, insistiu.
Na terça-feira (16), ao anunciar um bloqueio total de navios petroleiros sancionados que chegam à Venezuela ou partem do país sul-americano, Trump já havia feito acusações nesse sentido.
“A situação só vai piorar, e o choque para eles será algo nunca visto antes — até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros bens que nos roubaram. O regime ilegítimo de [Nicolás] Maduro está usando o petróleo desses campos roubados para financiar a si mesmo, o narcotráfico, o tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros”, escreveu, na rede Truth Social.
O discurso de Trump sobre petróleo representa uma mudança na justificativa do governo dos EUA para pressionar a Venezuela, já que anteriormente o presidente americano vinha afirmando que seus objetivos eram reprimir o narcotráfico e responder à imigração ilegal para o país, que, segundo a Casa Branca, Maduro teria estimulado durante a gestão Joe Biden (2021-2025).
O chefe de gabinete adjunto da Casa Branca, Stephen Miller, afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos criaram a indústria petrolífera da Venezuela e descreveu sua nacionalização como “o maior roubo de riqueza e propriedade americanas já registrado”.
A indústria petrolífera venezuelana foi nacionalizada em 1º de janeiro de 1976, durante o primeiro mandato de Carlos Andrés Pérez, e os direitos de exploração e extração dos campos de petróleo do país foram reservados para a estatal PDVSA.
Em 2007, o então ditador Hugo Chávez mudou as regras que regem a indústria petrolífera para forçar as empresas multinacionais a se tornarem sócias minoritárias da PDVSA ou a se retirarem do país.
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