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Empresas do Japão se unem para desenvolver novos navios e recuperar mercado perdido | Empresas

Os principais grupos de navegação japonesa se unirão a grandes construtores navais para desenvolver uma nova geração de embarcações, segundo apurou o “Nikkei Asia”. O Japão busca recuperar o ritmo em um setor superado em produção por seus rivais chineses e sul-coreanos.

Nippon Yusen Kaisha, Mitsui O.S.K. Lines e Kawasaki Kisen Kaisha investirão na Miles, uma joint venture de projeto naval formada pela Mitsubishi Heavy Industries e pela Imabari Shipbuilding.

Esta é a primeira vez que empresas de navegação e construtores navais japoneses unem recursos para desenvolver embarcações. A Imabari estuda a possibilidade de transferir parte de sua participação para os três grupos de navegação, o que deverá resultar em partes iguais entre as três empresas.

A Miles, sigla para “Marine-design Initiative for Leading Edge Solution” (Iniciativa de Projeto Marinho para Soluções de Vanguarda), foi criada em 2013 para projetar e vender navios transportadores de gás natural liquefeito (GNL). A Mitsubishi Heavy detém 51% das ações, enquanto a Imabari possui 49%.

O projeto Miles visa desenvolver uma variedade de navios de última geração, incluindo embarcações comerciais que utilizam combustíveis alternativos com baixas emissões, como GNL, metanol e amônia, bem como navios transportadores de dióxido de carbono (CO2) liquefeito para captura e armazenamento de carbono.

Sete empresas colaboram no desenvolvimento de navios transportadores de CO2 liquefeito: as três companhias de navegação; Imabari, subsidiária da Mitsubishi Heavy, Mitsubishi Shipbuilding; estaleiro Japan Marine United; e Nihon Shipyard, uma joint venture entre a Imabari e a JMU.

As três companhias de navegação esperam usar seu investimento no Miles para impulsionar o projeto dos navios transportadores e desenvolver uma base comum para o projeto naval no Japão.

A padronização dos projetos e sua venda para outros estaleiros nacionais aumentarão a eficiência da produção e impulsionarão a competitividade da indústria japonesa como um todo.

Geralmente, os navios mercantes são construídos sob encomenda para atender às necessidades das companhias de navegação e dos armadores. Embora isso permita que as empresas que os encomendam diferenciem seus navios, dificulta a melhoria da eficiência da produção por parte dos estaleiros.

A Nippon Yusen, também conhecida como NYK Line, considerará dar prioridade a estaleiros nacionais para encomendas, particularmente para navios metaneiros (GNL).

“Como uma empresa de navegação japonesa, cumpriremos nossas responsabilidades no processo de revitalização dos estaleiros”, afirmou o presidente da Nippon Yusen, Takaya Soga.

A Nippon Yusen também está avaliando a possibilidade de encomendar navios metaneiros de construtores navais japoneses, que interromperam a produção dessas embarcações. A empresa planeja aumentar sua frota de navios metaneiros em quase 40%, passando do nível atual para cerca de 130 embarcações até o ano fiscal de 2028. Tendo encomendado a maior parte de seus navios da China e da Coreia do Sul, a Nippon Yusen considerará destinar uma parte de suas encomendas ao Japão.

Um pacote de estímulo econômico do governo, anunciado em 21 de novembro, inclui a designação de cascos de navios como materiais críticos, de acordo com a Lei de Promoção da Segurança Econômica. O governo está propondo um fundo público-privado de aproximadamente 1 trilhão de ienes (US$ 6,4 bilhões) com duração de dez anos para aumentar a capacidade produtiva, com o objetivo de dobrar o volume de construção naval até 2035 em comparação com 2024.

O Japão, que detinha cerca de metade do mercado global de construção naval nas décadas de 1970 e 1980, perdeu terreno significativo para empresas sul-coreanas e chinesas, e viu sua participação cair para cerca de 10% em 2024.

Um dos fatores por trás desse declínio foi a lentidão na padronização dos projetos. A China, líder mundial em construção naval, teria melhorado a eficiência da produção ao consolidar as funções de projeto no Instituto de Pesquisa e Projeto de Navios Mercantes de Xangai, parte da estatal chinesa China State Shipbuilding.

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