Mais de 40 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um grande incêndio em um conjunto habitacional no distrito de Tai Po, no norte de Hong Kong, onde as chamas se alastraram por meio de andaimes de bambu instalados em um dos blocos.
A polícia, citada pela mídia local, indicou que, além das vítimas, há pessoas presas dentro dos três prédios afetados pelo incêndio, enquanto as autoridades elevaram o nível de alerta para 4 em uma escala de 1 a 5 devido à sua rápida propagação.
Uma densa coluna de fumaça e o desabamento de partes do andaime podem ser vistos em imagens compartilhadas nas redes sociais e em veículos de notícias locais, enquanto diversas ruas próximas foram interditadas ao tráfego.
O incêndio, que começou nos andaimes externos de vários andares, foi inicialmente classificado como alarme de nível 1, mas rapidamente se agravou para o nível 4 às 15h34, horário local.
O incêndio atraiu muitas pessoas para a área, onde alguns moradores cobrem o rosto para evitar inalar a fumaça densa, enquanto observam os danos em suas casas.
O diretor do Corpo de Bombeiros, Andy Yeung Yan-kin, estava a caminho do Hospital Prince of Wales para acompanhar o caso de um bombeiro ferido no local, de acordo com fontes consultadas pelo South China Morning Post.
Mais tarde, foi confirmado que este bombeiro era um dos 36 falecidos, juntamente com três moradores, numa contagem provisória.
O Observatório de Hong Kong mantém um alerta vermelho para risco de incêndio desde segunda-feira, advertindo para um risco extremamente elevado de incêndios florestais ou urbanos, com base em fatores como umidade, velocidade do vento e secura da vegetação.
O complexo Wang Fuk Court, onde ocorreu o acidente, está passando por um processo de renovação orçado em 330 milhões de dólares de Hong Kong (42 milhões de dólares, 36,6 milhões de euros), uma proposta que gerou descontentamento entre muitos moradores no ano passado.
O complexo possui 1.984 residências, abrigando aproximadamente 4.000 moradores.
O incêndio também afetou a área circundante: a Escola Pública Batista de Tai Po, uma escola primária próxima que aconselhou os pais a evitarem a área devido ao incêndio.
Um precedente recente
Este incidente faz parte de uma série de incêndios relacionados a andaimes em Hong Kong que expuseram vulnerabilidades em estruturas de construção e renovação urbana.
Em outubro passado, um incêndio nos andaimes externos da Torre Chinachem forçou a evacuação de dezenas de pessoas e deixou quatro hospitalizadas.
As autoridades do Departamento de Edificações confirmaram então a integridade estrutural do edifício, embora tenham identificado materiais soltos na fachada que exigiam remoção imediata.
Os trabalhos de renovação da torre, que incluíram pequenos reparos nas paredes externas e nos suportes do ar condicionado, utilizaram coberturas, redes e lonas de proteção padrão, mas o incêndio ficou restrito à fachada, sem afetar o interior.
Naquela ocasião, especialistas apontaram faíscas de solda em canteiros de obras ou bitucas de cigarro descartadas como possíveis origens do acidente.
Esses incidentes reforçam as preocupações recorrentes sobre a segurança dos andaimes de bambu — comuns em Hong Kong devido à sua leveza e baixo custo — frequentemente associados a obras de renovação, materiais inflamáveis ou fontes externas de ignição, num contexto de alta densidade urbana e clima propenso à seca.
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